Busquei por ela ao longo dos anos, desde que li seu primeiro poema na revista Quadrinhos Independentes, editada por Edgard Guimarães em Minas Gerais. De imediato o publiquei n’O Boêmio, e enviei o jornal para nosso amigo comum Antonio Armando Amaro, que foi me abastecendo de seus belos textos. Alda Cabral possui o poder de aquecer nossos corações, de suavizar a dureza do caminho e orientar nossos passos. Está em nossa existência como uma estrela guia, fonte de água pura, manancial infinito, amiga e irmã querida. Apesar de sua grande erudição, faz-se entendida e admirada por todos os leitores. Filha de António Augusto e Maria de Jesus Abrantes Cabral, nasceu em 31/03/1947, na freguesia de Minhocal / Celorico da Beira, Portugal, onde reside. Define-se como “uma eterna insatisfeita, e por vezes rebelde”. Entre seus principais livros, “Uma Luz às Portas de Damasco” e “Filha Preferida da Terra dos Hunos”. A esses veio somar-se o recém-lançado “Seara de Palavras”, onde se entrelaçam poesia, prosa e teatro.
Apresentação. Fale-nos um pouco sobre você.
Alda — Sou a Alda da Piedade Abrantes Cabral. Nasci no Minhocal, Concelho de Celorico da Beira, Portugal, no ano 1947. Emigrei para o Brasil, aos cinco anos, com meus pais e irmão. Os factos mais marcantes de minha infância e juventude, ocorreram no País Irmão, em especial em São Paulo, Ipiranga, como é de imaginar.
Como a literatura surgiu em sua vida?
Alda — Desde sempre. Penso que esse bichinho me tomou, desde que comecei a ser um Ente pensante; portanto muito naturalmente.
Quais as suas grandes influências e pessoas que admira.
Alda — Tudo na minha vida, surgiu naturalmente. Sem grandes influências. Convivendo porém, com diversos Artistas, nacionais e estrangeiros, aperfeiçoei-me bastante. Admiro muitos, mas citarei só alguns pesos pesados: Florbela Espanca, Camilo Castelo Branco, Manuel Alegre, Antero de Quental, Miguel Torga, Mia Couto; Pablo Neruda o Poeta que faz mover os Poetas del Mundo.
Quantos livros você lançou, e que estilos abrangem?
Alda — A solo editei cinco títulos. Mas não deixo de lado as Antologias, que foram várias, e teem um lugar presente no meu coração. Aprende-se muito uns com os outros, fazendo amizades eternas. Os estilos vão desde os contos, peças de teatro, às Poesias.
Sua opinião sobre a atual cena cultural Portuguesa, e Lusófona.
Alda — Tanto num campo, como no outro, há pessoas geniais! Entretanto há gente maravilhosa, que talvez por falta de projecção, estagna. Isso me dá imensa pena. Cada um, tem seu dom e sua forma.
Um momento (de sua existência) que ficou na memória.
Alda — Tantos momentos felizes, e menos felizes… Enfim as despedidas, (Que traumas porque passei, meu Deus); o meu primeiro dia de aulas, e a minha Primeira Comunhão na Arquidiocese de São Paulo, e tantos outros… Ufa!
Fale-nos sobre seu processo de criação.
Alda — Sei como vai terminar. Por vezes tenho a ideia, e depois tento formatar o verso. Outras vezes não. É conforme sai… Fui criada entre Brasil e Portugal. Estudando num lado e noutro. Aqui em Portugal acabei os meus estudos. O último foi o curso Técnico de Inglês, com estágio na Escola de Línguas, em Lisboa. (Também estudei algo sobre Francês — pois é minha a tradução de “Hernâni” de Victor Hugo para o português; livro esse ainda muito desconhecido, nas Universidades.)
O que é a Poesia para você? Qual estilo lhe atrai?
Alda — A Poesia para mim é vida; é respiração. Conforme o estro que me toma, é que a escrevo. Ela é subjectiva! Mas a realidade por vezes também nos toca e inspira. Acho que a Poesia não pode deixar de ser Livre!
Deixe um conselho a quem está começando na literatura.
Alda — Que sigam sendo eles próprios, Originais e Singulares. Não desistam nunca de sua meta, e de seus Sonhos!
Como as pessoas podem contatá-la, e apoiar ou adquirir o seu trabalho?
Alda — Através da Câmara de Celorico; e através de algumas editoras. No caso dos Temas Originais, onde está a ser vendido o meu último trabalho, “Seara de Palavras”, o e-mail do Sr. Pedro Baptista é: temas.originas1@gmail.com; Rua Visconde da Luz, 45-4; CEP 3000-414. Coimbra, Portugal. Telefone 239066402.
Quais seus planos para o futuro.
Alda — Continuar a produzir, e a criar Arte. Até ao fim, enquanto puder. (Tenho fé. Como o rei Roberto Carlos; mas luto em vários e diversos quadrantes.)
Três Vezes Alda
“A querida Alda, pessoa de um coração enorme e que se doa a literatura, tem um conhecimento das histórias de nossos antepassados e guarda memórias que poucos conhecem. Põe paixão e sabedoria em suas poesias, fazendo com que suas palavras se tornem melodias… Homenageia com seus versos aqueles que ela quer bem, assim como o fez com o lindo poema para Amaryllis — minha filha — que foi publicado no livro ‘Poesia Escondida’. Gratidão por carregar o nome de nossa família pelo mundo a fora, com seus versos e poesias. Com amor!” — Anne Abrantes, Terapeuta Holística / Londres, Inglaterra
“Alda Cabral: Uma alma poética luso-brasileira. Criada no Brasil, onde tinha a avó materna e alguns tios, vive agora no lusitano Minhocal, em Celorico da Beira, após dedicar a sua existência de sete décadas a espalhar poesia e amor fraterno entre as margens do Atlântico. Também utiliza os pseudónimos literários Iva Tolstoy e Magalona na vasta obra espalhada por livros, jornais e revistas da lusofonia. Alda Cabral abraçou causas humanitárias e utilizou a poesia para espalhar amor e fraternidade. Não haveria aqui espaço para falar de toda a sua obra literária e solidária. Mas tivemos o privilégio de, em 2008, editar o seu livro “A Caixa de Pandora — Quatro “Estórias de Amor”, que (sabemos de fonte segura) a rainha Sílvia da Suécia adorou ler. E um ano mais tarde, em 2009, Alda Cabral fez parte do décimo e derradeiro volume da Antologia “Poetas de Sempre”, editada pelo Jornal dos Poetas & Trovadores e que marcou uma época na poesia em Portugal.

Muito haveria que falar desta nobre e gentil alma poética que lançou sementes de Amor nas páginas da lusofonia. Fica aqui o nosso breve testemunho e o reconhecimento solidário a Eduardo Waack por homenagear Alda Cabral no seu Jornal.” — Barroso da Fonte, editor e poeta, Comendador da Ordem do Rio Branco / Guimarães, Portugal
“Alda é uma pessoa muito amiga, tradutora, escritora e poetisa. Antonio Armando Amaro (meu marido) e Alda nasceram na mesma aldeia, onde tivemos o prazer de conhecê-la em 2010 durante nossas férias a Portugal, quando visitávamos parentes em Minhocal. No último dia de nossa estadia fomos convidados para assistir uma homenagem que fizeram a ela, na qual a conhecemos e nunca mais perdemos contato. Alda para nós é uma irmã muito querida, muito sensível, generosa, atenciosa e humilde e além desses predicados possui uma cultura extraordinária. Ela tem diversos livros publicados em vários idiomas. Viveu na adolescência alguns anos no Brasil e durante algum tempo seguiu carreira religiosa, pretendia ser freira. Lembramos de Alda com muita alegria e prazer, ela esta guardada nos nossos corações. Nos falamos sempre, colocamos em dia as notícias dos primos e familiares; o melhor disso é receber sempre os mimos, poemas, livros e cartões postais.” — Antonia Didone Amaro, professora / São Paulo (SP)
